É difícil saber ao certo quando e como surgiu a Cerveja no mundo, mas pensa-se que a sua produção tem mais de dez mil anos – a mesma idade que a descoberta do cereal.
É difícil saber ao certo quando e como surgiu a Cerveja no mundo, mas pensa-se que a sua produção tem mais de dez mil anos – a mesma idade que a descoberta do cereal.
A primeira referência escrita sobre a Cerveja e a sua produção remonta a 1800 a.C., numa oração (que era também uma receita) à Deusa Ninkasi – a deusa Suméria da Cerveja. No entanto, especula-se que esta oração tenha sido passada oralmente, de geração em geração, desde tempos mais antigos.
Em Portugal, reza a lenda – no livro de 1597 “Monarchia Lusitana”, de Frei Bernardo de Brito – que Lísias, filho do deus Baco, trouxe a Cerveja para a antiga Lusitânia, e ensinou os povos da altura a produzi-la a partir de cevada e trigo.
No Egipto antigo usava-se cerveja para consumo, rituais de beleza e até como moeda de troca. A simplicidade e a naturalidade da confeção da Cerveja, com ingredientes como cevada, lúpulo e água – era ainda desconhecido o uso de levedura – tornou-a uma bebida popular e muito apreciada por inúmeros povos.
Mitos e lendas à parte, hoje em dia a Cerveja é uma das bebidas mais apreciadas do mundo, e das mais consumidas, a par da água e do café. Em centenas de variedades, das Lagers às Ales, das Pilsners às Stouts, passando pelas Bocks e pelas Saisons, há cores, sabores e corpos para todos. E nós estamos aqui para celebrar a diversidade.
São várias as classificações que se podem escolher para diferenciar os diversos estilos de cervejas. Estas podem classificar-se quanto ao teor alcoólico e ao extrato primitivo, em "cerveja sem álcool", "cerveja com baixo teor alcoólico", "cerveja corrente", " cerveja especial" e "cerveja extra".
Há quem prefira classificá-las pelo tipo de fermentação, sendo as mais antigas as cervejas de fermentação espontânea. De acordo com esta classificação formam-se dois grandes grupos:
Constituindo entre 90 a 95 por cento de uma cerveja, a água é um elemento essencial no processo de produção desta bebida. No passado, as características minerais da água influenciavam grandemente o sabor final de uma cerveja, facto que dependia também da região do mundo de onde essa água e cerveja provinham.
O lúpulo (Humulus Lupulus) é uma planta trepadeira perene de origem europeia, cujas flores fêmeas apresentam grande quantidade de resinas amargas e óleos essenciais, os quais conferem à cerveja o seu característico sabor amargo. Para além desta qualidade, também lhe são atribuídas outras virtudes: contribui para uma maior resistência aos microrganismos indesejáveis graças ao seu poder anti-séptico, abre o apetite e fortalece o sistema nervoso.
O malte tem origem na germinação de cereais sob condições ambientais controladas e predeterminadas. O principal objetivo deste processo é a obtenção de enzimas, que provocam modificações nas substâncias contidas no grão. O produto final da germinação chama-se malte verde, sendo que, através da sua secagem e torrefação, se chega ao malte propriamente dito.
O açúcar e os diferentes xaropes intervêm de forma reduzida na produção de uma cerveja e têm a finalidade de estabelecer variedades especiais ou de atenuar características específicas. No que diz respeito aos açúcares, podem ser utilizados diversos tipos, como a dextrose, a sacarose, a maltodextrina (açúcar extraído do milho), a maltotriose, o açúcar invertido e mesmo a lactose (nas Milk Stout). Os xaropes obtêm-se através de transformações químicas e industriais dos açúcares obtendo-se, por exemplo, xarope de glucose.
O arroz é, atualmente, o segundo adjunto mais utilizado pela indústria cervejeira. Tal deriva, em parte, de ter um sabor bastante suave, que muito dificilmente afeta o produto final, possibilitando que a cerveja mantenha o seu caráter a malte.
Primavera 2022 (Boletim válido para as campanhas agrícolas 2022/23 e 2023/24)
A Cerveja é uma das bebidas mais consumidas a nível mundial. Com uma popularidade inegável, continua envolta em mitos e conceções erradas. Aqui encontrará respostas a todas as suas dúvidas, questões, e ainda lhe contamos algumas curiosidades. Faça o teste e descubra se é um mestre cervejeiro.
A palavra chave é: moderação. Como em tudo na vida, existem malefícios associados ao consumo excessivo de cerveja. Os estudos científicos mostram que o consumo de um a três copos de cerveja por dia, aliados a um estilo de vida saudável, pode ajudar a reduzir os riscos de ataques cardíacos, de AVCs, diabetes, Alzheimer, pedras nos rins e ainda cataratas! (”Impact of Beer and Nonalcoholic Beer Consumption on the Gut Microbiota: A Randomized, Double-Blind, Controlled Trial”, Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2022)
Não existe uma correlação direta entre o aumento de peso e o consumo moderado de cerveja, o que existe é uma relação entre um estilo de vida pouco saudável e o aumento de peso. A Cerveja tem calorias, pelo que o seu consumo em excesso pode levar a um aumento de peso, no entanto, o teor calórico da Cerveja varia muitíssimo (tanto quantas as cervejas existentes!) e pode ir desde as 30kcal por cada 100ml até às 200kcal. (”Impact of Beer and Nonalcoholic Beer Consumption on the Gut Microbiota: A Randomized, Double-Blind, Controlled Trial”, Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2022)
Sim! Beber um a dois copos de cerveja tem um efeito benéfico sobre a dor pós-exercício físico. A quantidade de água existente na cerveja (cerca de 90%) ajuda a compensar a desidratação. E a presença de sais minerais e outros nutrientes abundantes na cerveja restabelecem o equilíbrio ácido-base. Incrível, não é? ("A idoneidade da cerveja na recuperação do metabolismo hormonal e imunológico dos desportistas após o exercício físico”, Universidade de Granada e Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), 2013)
É muito comum pensar-se que a cerveja tem menos álcool que o vinho. Em termos absolutos por unidade de volume, a cerveja possui 2-3 vezes menos álcool que o vinho. Ou seja, por 100ml, uma cerveja (5% alc.) possui 5 gramas de álcool, enquanto 100 ml de vinho (14% alc.) possui 14 gramas de álcool.
Mas o senso comum, diz-nos que um cidadão adulto e responsável beberá acompanhando uma refeição, uma imperial (250 ml) ou um copo de vinho (150 ml). Ora neste caso, esse cidadão consumiu 12,5 gramas de álcool quando bebe cerveja, e consumiu 21 gramas quando bebe vinho.
Não. Em Portugal, cerca de 95% da cerveja consumida em Portugal possui cerca de 5% de álcool. No entanto existem diferentes cervejas no mercado, quer com teores mais baixos (entre 3 e 5%) e outras com teores mais elevados (>5% até 10%). E sempre que se fala de cerveja, não podemos esquecer as cervejas sem álcool (até 0,5% alc. Max.) ou as cervejas 0,0%, estas últimas não contendo qualquer teor em álcool.
Não. A “gravata”, nome comum dado à espuma da cerveja, existe por uma razão: dá-se uma reação complexa com o dióxido de carbono que forma uma camada que impede a oxidação da cerveja pelo contacto com oxigénio, ajuda a reter o aroma, o gás e a temperatura.
Sabia que? Um copo sujo ou molhado não vai deixar formar espuma na cerveja?
De acordo com os escritos de Plínio, de há 2000 anos atrás, as mulheres do Antigo Egipto utilizavam a espuma da cerveja para tornar a pele mais fresca e clara. Apesar de insólito, este uso cosmético da cerveja tem um fundamento científico: a cerveja contém ácido fosfórico que é um componente essencial no crescimento dos tecidos celulares e, assim, pode contribuir para a manutenção de uma pele saudável.
… foi no Egipto! O processo de fermentação de cerveja foi colocado em papiropela primeira vez há cerca de 7 mil anos. Estas primeiras cervejas eram feitas com tâmaras, romãs e ervas. Provavelmente teriam um sabor bem mais forte e diferente do que aqueles a que estamos habituados.
Não. Há sabores e aromas que emergem com o calor. Enquanto algumas Lagers mais claras devem ser bebidas a uma temperatura ideal entre os 2º e os 7ºC, há lagers cuja temperatura ideal de degustação é entre os 13º e os 16ºC. E ainda é uma questão de gosto!
As garrafas de cerveja são, normalmente, entre o laranja e o castanho, ou esverdeadas. Isto é feito para proteger o líquido da luz do Sol, e conservar melhor as suas propriedades e sabor. Tudo pensado para dar a melhor experiência!
Nada disso. Há Ales claras e Lagers escuras. Senão vejamos uma Munich Dunkel, que é Lager e escura, e uma Cerveja de Trigo, que é Ale e clara. A cor da cerveja vem principalmente do malte usado na sua confeção.