Embalagens de Cerveja: o que vai mudar em Portugal

As Diretivas europeias e a legislação nacional obrigam a mudanças significativas no panorama do destino das embalagens de vidro em Portugal. Decorrente de duas leis distintas, Portugal será obrigado a cumprir metas ambiciosas quer de reutilização quer de reciclagem das embalagens, nomeadamente de vidro.

Todos os anos são colocados no mercado português cerca de 1.000 milhões de garrafas de vidro não-reutilizável. O setor cervejeiro contribui em mais de 50% para este valor. Por outro lado, Portugal possui uma taxa de reciclagem do vidro de cerca de 55% e necessita atingir uma meta mínima de 70% em 2025 e 75% em 2030. Neste sentido foi criada a Plataforma VIDRO+, da qual a Cervejeiros de Portugal é membro institucional, com o objetivo de garantir aos diferentes embaladores de vidro de destino único (não-reutilizáveis), que 75% dessas embalagens de vidro colocadas no mercado são recolhidas para reciclagem até 2025. A Plataforma é coordenada pela Associação SmartWaste Portugal e, entre os seus membros efetivos, encontram-se já as associadas SCC-Sociedade Central de Cervejas e Bebidas e SBG-Superbock Group.

No âmbito da reutilização, os embaladores de vidro, do setor das bebidas, são obrigados a apresentar até 15 de setembro de 2022, ao Governo (DL nº 102-D/2020), os instrumentos de autorregulação que definam metas de gestão relativas ao volume percentual anual de bebidas colocadas no mercado embaladas em embalagens reutilizáveis. Estas metas deverão ser definidas subsetor a subsetor.

Neste sentido, as Associações Cervejeiros de Portugal, PROBEB e APIAM, em conjunto, contrataram, em março passado, a Consultora 3Drivers que ficou incumbida de apresentar um estudo e recomendações para o futuro modelo de autorregulação do sistema de embalagens reutilizáveis, nomeadamente para o subsetor cervejeiro. As metas de reutilização de embalagens de vidro deverão constituir um forte compromisso do setor cervejeiro em apostar no reutilizável, sendo que este subsetor das bebidas tem já uma forte tradição no seu uso, veja-se o caso quer do barril quer de vasilhame de vidro retornável.